quinta-feira, 12 de julho de 2018

EXPERIÊNCIAS DENTRO DA ESCOLA PÚBLICA


     Um dos problemas que observei nos estágios conversando com os professores do ensino médio e fundamental é sobre a evasão escolar dos alunos. Nos colégios estaduais a maioria dos alunos são de classes populares, tendo assim dificuldades em se manter dentro da escola. Outro problema em evidencia é sobre a falta de estrutura familiar desses alunos, ou seja, os pais que por vários motivos não tiveram a oportunidade de estudar, em muitos casos não conseguem passar a real importância da escola para seus filhos, seja na hora de cobrar respeito aos professores, ou no momento de ajudar os filhos no dever de casa.
        Alguns pais pensam que a escola tem o objetivo principal de educar seus filhos, porém na minha opinião, o aluno tem que ser educado em casa, tendo a mínima noção do que pode ou não fazer dentro do colégio, que viver em sociedade exige limites. Dito isso, os pais carregam uma visão distorcida do professor, pois o papel de formar o cidadão é dos pais, já o dever de ensinar e de passar conhecimento é dos professores.
        Outro fator de grande relevância foi a constatação da desvalorização do docente por parte do governo. Apesar de ser uma das profissões mais estimadas pela sociedade, os docentes recebem salários baixos e poucas condições de trabalho, além da indisciplina e até ameaças por parte de alguns alunos, que vão para escola muita das vezes para comercializar drogas e não aprender.
      Apesar dos problemas supracitados, tenho grande esperança na escola pública, pois trocar ideias, fazer debates, expor opiniões dentro do ambiente escolar nos faz entender melhor o outro, antes eu pensava que a nota baixa era culpa exclusivamente do aluno, hoje tenho a noção que existe fatores externos que influenciam diretamente na vida do estudante. Estar no meio de crianças e adolescentes foi revigorante e me fez entender como o papel do professor está ligado diretamente ao modo de viver em sociedade das futuras gerações. 

Por: S. Silva 


sexta-feira, 6 de julho de 2018

Resenha do livro Americanah (Chimamanda Ngozi Adichie)









Americanah (Chimamanda Ngozi Adichie)



  O livro “Americanah” da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, origina-se de uma história de amor, porém com o foco direcionado para discussão de assuntos atuais, como a desigualdade de gênero, preconceito racial e imigração. A história é dividida entre duas personagens principais, que dominam a narrativa, sendo estas o casal Ifemelu e Obinze, com grande ênfase para a personagem feminina, que têm sua infância na Nigéria e depois de alguns anos volta adulta dos Estados Unidos para sua terranatal, trazendo em sua bagagem a experiência de amores, empregos, hibridismo e preconceito racial. 
 Americanah possui elementos que trazem recordações da vida da autora, ao mesmo tempo que faz uma discussão com temas universais como os citados no parágrafo anterior. A autora mostra a experiência desse “ser” negro no mundo presente, porém é importante lembramos que o espaço de fala do africano não deve restringir-se a falar apenas sobre África. O lugar social de pensadores africanos não pode ser apenas o lugar de fala sobre seu próprio continente, isto é, africano fala sobre África, europeu fala sobre tudo. Esse lugar é importante ser ocupado pelo africano, mas é preciso um novo momento. O negro falar sobre tudo e em todos espaços a partir de sua perspectiva histórica, filosófica e epistemológica. 
Chimamanda que é uma nigeriana, acaba não identificando-se com a negritude americana, pois de fato, não é a identidade dela. Indício que observamos quando ela escreve que entre Hillary Clinton e Barack Obama, ela se identificava mais com a Hillary, devido ao fato da primeira ser mulher. Em conclusão notamos que a negritude do Barack Obama não correspondia em grande parte com a identidade da escritora. A autora não consegue identificar o presidente Barack Obama como representante do movimento negro e de fato, muitos ativistas têm essa mesma opinião. Ela faz uma crítica relevante sobre o ex-presidente, afirmando que a aceitação que o Obama obteve tanto dentro da comunidade negra, quanto na comunidade branca, não foi por ele se comportar como um porta-voz das pautas dos movimentos negros, e sim por se comportar como o “amigo negro” dos filmes americanos. Aquele negro que vem para ajudar o branco.
Ao pensarmos sobre identidade híbrida, enxergamos que a partir do processo da diáspora, homens e mulheres sempre terão esse tipo de identidade. Todo o processo colonial/diáspora criou como resultado (sobretudo no continente americano), sociedades de culturas híbridas que viviam uma reconstrução em tal grau para brancos e negros. Dito isso, não cabe mais os conceitos de pureza ou de algo que seja originário e inalterado.
Quando só fazemos elogios à obra da escritora Shimamanda, deixando de lado a crítica construtiva, acaba sendo também uma forma de não enfrentamento. Regularmente fazemos isso para evitar os rótulos de machista e racista. Ela é pouco solidária com as questões dos negros afro-americanos, recusando-se a se identificar com eles, a autora vive o padrão do cânone branco em algumas partes da sua obra e acaba sendo impactada de certa forma pelo olhar do colonizador. Shimamanda se sente refratária as relações de discriminação dentro da sociedade estadunidense. Fato relevante é quando a escritora fala sobre depressão em sua obra, ela afirma que depressão é coisa de americano, nada mais que o produto dessa vida, nesse tipo de sociedade.
Sobre a volta da escritora para o país de origem ela sente um certo estranhamento, ela enxerga as ruas bagunçadas, os prédios feios etc... Isso se deve por ela possuir um olhar que comporta outro tipo de referência do mundo estadunidense, que mostra um pouco do processo de hibridação cultural, isto é, ela já possui outros tipos de referências que não são mais apenas os quais ela tinha quando morava na Nigéria. Shimamanda diz que virou negra após sair da Nigéria, pois lá ela era “apenas” mulher e no Estados Unidos ela virou uma mulher negra. Uma das frentes de combate do afrofuturismo é desconstruir essa visão e tentar reconstruir o discurso sobre o negro apenas como pessoa.
Por mais que a nossa sociedade seja visual e impactada pelo cinema e televisão, as representações primárias que nós temos sobre o outro e sobre nós, vem da literatura, das diferentes narrativas sobre si e sobre o outro. Muito do que nós temos sobre a representação do outro, tem origem na literatura. As vezes esquecemos o poder da literatura na construção das representações. Dito isso, a literatura é um instrumento necessário para que nós possamos enfrentar o problema racial que deve ser enfrentado, pois se não enfrentarmos, ele não irá desaparecer sozinho.
Uma das questões que a escritora Chimamanda coloca em seu livro é a postura de algumas pessoas em que tentam fazer de conta que o problema não existe, que a questão da cor da pele não é a mais importante, não é a que está em pauta, que alguns desregramentos que acontecem não é por conta do fenótipo. Adotando essa postura, tentamos assim não enfrentar o problema, mas ele existe e temos que confrontá-lo, seja na literatura, no cinema, na academia ou na roda de amigos.

Por: S. Silva

 

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

O Marxismo e sua influência na historiografia Brasileira.



       Um conceito central para entendermos o pensamento do Marx , é entendermos a concepção dele de homem,  Marx nos diz que o homem é o animal que transforma a natureza através do trabalho. Dito isso, temos dois conceitos centrais da obra dele: Forças Produtivas e Relações de Produção.
       Forças Produtivas: São as fontes de energia (madeira, carvão,petróleo), matérias-primas (algodão, borracha, petróleo,ferro), máquinas (moinho de vento, maquina a vapor) , o trabalho (a força de trabalho) e o conhecimento( técnicos e científicos).
       Relações de Produção: São as relações sociais que o indivíduos estabelecem entre si, para produzir  e distribuir a produção de bens e serviços.
      Quando temos a união entre Relação de Produção com a Força Produtiva teremos a Infraestrutura Econômica.
      O que fundamenta uma sociedade é a forma como as pessoas produzem, consomem e distribuem, gerando a divisão de classes e a forma como essa sociedade é construída. Então essa superestrutura política/jurídica vai abranger as instituições jurídicas e instituições políticas (sindicatos, partidos políticos) e formas de Estado (fascista,democráticos, absolutista, autoritários).
      Em cada Superestrutura Jurídica vai existir uma consciência social ( expressões literárias, artísticas, musicais, religiosas) correspondente.  Desta forma, cria-se a  Ideologia que seria as expressões de uma determinada classe social hegemônica, dado como algo natural.
      A cada Superestrutura vai surgir uma consciência social correspondente, como por exemplo tipicamente da sociedade burguesa (musica clássica, jazz, filosofia pragmática, religiões atreladas ao individualismo e ao  mercado). A cada superestrutura vai surgir uma consciência social.
      Para entendermos a sociedade segundo o marxismo ortodoxo podemos explicar esta de duas maneiras:  Primeiro, dentro de uma lógica mais bipolar,  a estrutura econômica de um lado e superestrutura jurídico política e a consciência cultural do outro, sendo que a sociedade é construída no meio delas. Segundo, dentro de uma lógica mais sofisticada o marxismo é trabalhado em “andares”,ou seja, um em cima do outro, temos na base as atividades econômicas / força produtivas, depois, as relações de produção as relações sociais, acima temos as relações superestrutura  jurídica/ política, e no fim consciência social, como se fosse camadas sobrepostas.
      É importante entendermos sobre a ortodoxia marxista é que ela é de alguma maneira  economicista, ou seja, a base econômica determina a superestrutura.  As relações econômicas determinam o restantes das outras relações dentro do pensamento marxista ortodoxo.
       Seguindo em frente, vemos que o modo de produção para Karl Marx, seria um sistema com três elementos básicos:
       Primeiro: o trabalhador que dispõe da sua força de trabalho;
       Segundo: os meios de produção, combinação das forças produtivas e as relações de produção
       Terceiro: o não trabalhador, dono do capital ou dos meios de produção que se apropria do sobre-trabalho do trabalhador (que vai dar origem a mais-valia)
       O modo de produção antigo era a escravatura, o modo de produção feudal eram os vassalos , o modo de produção capitalista empregados. Existe outro modo de produção segundo Marx, era chamado modo de produção asiático ou hidráulico, que é o modo de produção mediado pelo Estado (China antiga, Egito, Impérios Incas, Astecas e Maia) que é o grande mediador e vai distribuir tudo aquilo que é  produzido pelos indivíduos.
       É importante não confundir o modo de produção (modelo explicativo), com formação social. Modo de produção é um conceito, não é a realidade. Ex: modo de produção feudal se tem realidades completamente distintas, tanto espacial como temporal.
       Trazendo esses conceitos para a historiografia vemos que o Marxismo é o modelo estrutural para se entender a mudança, enquanto os Annales é o modelo estrutural para se entender  a permanência (eles estudam a longa duração,  estudam o que permanece dentro de uma determinada sociedade.)
       Cada modo de produção tem uma classe dominante e pelo menos uma classe dominada, dessa forma temos a luta de classes, que é o motor da historia. A classe oprimida vai ter  em certo momento a consciência de classe, onde  vai haver lutas através de greves, manifestações, revoltas, através dos sindicatos e associações contra essa dominação de classes, se ela for bem sucedida instituíra uma revolução.
        A noção de Estado para Marx é  que este seria o comitê central da burguesia, isso dentro do capitalismo, que se utiliza do aparato coercitivo para fazer que seus interesses  políticos e econômicos sejam bem sucedidos.
        Marx vai ser o primeiro intelectual a tentar entender  as causas das mudanças históricas numa perspectiva mais científica através de conceitos, analisando não os fatos, mas sim a estrutura.
        O objetivo da história para Marx é analisar a relação estabelecida entre as  forças produtivas e as relações de produção. Esse é o objetivo do historiador, entendendo isso ele vai conseguir observar como funciona uma sociedade. A realidade para ele é apenas aprendida através de conceitos.
      Podemos dividir o marxismo em dois: O marxismo acadêmico, metodológico e conceitual. Segundo o marxismo como agenda político doutrinaria. Para Hegel o fim da historia é o Estado, para Marx o fim da historia é o comunismo.
      Thompson é  o grande modelo marxista que vai imperar na historiografia acadêmica brasileira , a partir dos anos 80, quando se tem uma profissionalização da história no Brasil, devido a expansão dos cursos de pós-graduação.  Thompson tem um modelo um pouco  diferente do Marx, ele tenta negar a relação mecânica entre base e superestrutura, os marxistas ao longo do século XX,  vão observar que esse modelo é mecânico, a realidade é um pouco mais complexa. Para tentar entender a ação do sujeito dentro da historia, Thompson vai definir experiência como experiência de classe. Ele vai contribuir para um campo historiográfico que conhecemos como a história vista de baixo, através da visão dos trabalhadores e não dos líderes.
             
                 O Marxismo na Historiografia Brasileira

       O marxismo se consolida no Brasil a partir de 1922, com o surgimento do Partido Comunista Brasileiro. Do ponto de vista historiográfico o marxismo sem o aspecto de militância, vai ter o primeiro trabalho produzido no Brasil através do Caio Prado Junior, através da obra: A evolução Política, 1933, A formação do Brasil Contemporâneo (1942) e  A historia Econômica do Brasil. Caio Prado  publica essas três obras de 33 à 45, esses livros vão consolidar o marxismo dentro do pensamento acadêmico e vão influenciar a historiografia brasileira até os anos 70, sobretudo em São Paulo na USP.
       O primeiro tema que o marxismo vai abordar no Brasil é tentar analisar o papel subordinado do Brasil enquanto nação dentro cenário internacional.
        O segundo tema foi saber se o Brasil tinha um modo de produção próprio, ou se era um modo de produção dependente derivado de um modo de produção mais amplo.    
        O terceiro tema importante que vai surgir por volta dos anos 60 é para analisar a subordinação econômica brasileira no cenário internacional e do desenvolvimento de uma industrialização tardia, relacionada com o café a elite agroexportadora.
         O quarto tema relevante foi que vários autores começam a discutir como será a revolução brasileira, que tipo de revolução vai acontecer no Brasil.     
         Início dos anos 60  e 70 começam a estudar a classe operária brasileira, vão surgir os conceitos de populismo da classe operária com o Estado, o conceito de trabalhismo e todos aqueles elementos que vão  caracterizar os governos nacionais estadistas sobre tudo o governo de Getúlio Vargas. E nos anos  70 , 80 e 90 teve as principais contribuições do marxismo que foi estudar os mundos do trabalho, desde a formação da classe operária até o escravismo. Lembrando que o marxismo foi a principal vertente interpretativa  no Brasil entre os anos 1930 e 1980.
           
Por: S. Silva

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Micro-História (resumo)

Micro-História
   
         Micro-História é uma corrente historiográfica e não uma escola.
Não é a nova história cultural francesa, apesar de terem objetos semelhantes. Cada micro historiador vai ter influências próprias, ela surge basicamente nos anos 70, com Eduardo Grendi.
        O marxismo é relevante dentro da micro-história, sobretudo a perspectiva gramsciana e através do historiador Giovanni Levi.
        A micro-história não é  análise local, regional ou circunscrita. Ela é uma redução da escala de observação, mas o objeto de análise só faz sentido de alguma maneira se ele exemplificar conceitos gerais.  Por exemplo: ''O Queijo E Os Vermes'' (Carlo Ginzburg). O recorte é circunscrito, mas as questões são gerais.
        Ela surge como oposição ao modelo Brodeliano de história, que era o modelo "macro" de se fazer história estudando a longa duração, o que se permanecia dentro da sociedade.
        A micro-história possui três paradigmas. Primeiro: A redução de escala como paradigma epistemológico, ou seja, o geral só pode ser estudado a partir do particular, somente reduzindo a escala de observação que se consegue entender o que é de mais profundo em uma sociedade e como esse "objeto" geral é vivido. Segundo: A análise é intensiva e exaustiva das fontes. Terceiro:  é a análise indiciária, são através dos indícios que se tenta entender como o grupo age.   
        Portanto, a principal característica da micro-história é analisar o objeto através de uma escala reduzida, por exemplo: Analisar um soldado no front de batalha e não todo o batalhão espalhado no campo de operações, isto é, estudando assim o micro (um soldado) para se entender o macro (o conflito). O historiador diminui o recorte para se entender melhor como funcionava o geral.
          Observação importante: Estudo de casos são exemplos, ele é usado de forma ilustrativa, algo muito diferente de micro-história


 Por: S.Silva


sábado, 17 de outubro de 2015

Banda Conduta Zero

           A banda de rock Conduta Zero é oriunda de Uberlândia-MG, sendo que esta iniciou suas atividades no ano 2000. Seus primeiros integrantes foram: Luciano "Tubarão" vocal, Moisés Rosa "Moi" guitarra, Anderson Thiago "Marelo" guitarra, Fernando Henrique "Porkin" baixo e Hugo Siqueira "Bocão" fechando o time na Bateria. Com o passar dos anos houve algumas mudanças, atualmente a banda encontra-se com a seguinte formação: Matheus Guilherme "Pitoco" no vocal, Fernando Henrique "Porkin" no baixo, Moisés Rosa "Moi" e Thiago "Cebola" nas guitarras e Hugo Siqueira "Bocão" na Bateria. 

Por: S.Silva


sábado, 11 de abril de 2015

Humaniza Redes



O PT difamou e atacou Marina Silva nas redes sociais. Dado que o brasileiro possuí memória curta, o Partido dos Trabalhadores criou o "Humaniza Redes", com o objetivo de criar um ambiente virtual mais saudável para os brasileiros.

Por: S.Silva

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Evolução da embalagem Toddy


Por: S.Silva